Quinta, 9 de Maio de 2024 Adrego & Associados – Consultores de Gestão

Presidente da CIP gostaria que se mativesse apoio a micro e pequenas empresas

O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) afirmou em Coimbra, na quinta-feira à noite, que gostaria de ver prolongadas durante mais algum tempo as medidas de apoio às micro e pequenas empresas.

“Gostaríamos que tivessem sido tomadas outras medidas e que as empresas, principalmente as micro e as pequenas, pudessem continuar a ser ajudadas durante mais algum tempo”, disse à agência Lusa, António Saraiva, comentando a eliminação de estímulos ao emprego e às empresas decidido quinta-feira em Conselho de Ministros.

“Se por um lado percebemos que tenham de ser tomadas algumas medidas, lamentamos que as medidas cortadas sejam aquelas que foram lançadas para ajudar as empresas a ultrapassar melhor este quadro de dificuldades”, sublinhou o empresário à entrada para um debate sobre “Liderança, associativismo e sociedade civil”, promovido pela Fundação Inês de Castro.

Salientando que as empresas “ainda continuam numa situação muito complicada”, António Saraiva reconhece, no entanto, que o país não tem hoje condições de manter um conjunto de ajudas, embora considere “que a selecção das medidas provavelmente poderia ter sido outra”.

“A eliminação antecipada das medidas de apoio pode ser entendida no quadro de dificuldades que o país atravessa, mas ainda não ultrapassámos a crise e as empresas continuam numa situação muito complicada”, sublinhou o presidente da CIP.

“Não creio que nalguns sectores, nomeadamente no da construção e nalguns subsectores do sector metalúrgico, estas medidas devessem ser retiradas porque as empresas lamentavelmente ainda necessitam delas”, disse.

Relativamente à retirada de alguns programas de qualificação para o automóvel e para o sector têxtil, António Saraiva considerou que, no caso do sector automóvel, onde já existem sinais positivos, “ainda está para verificar a sustentabilidade dessa retoma”.

O empresário defendeu que o Executivo devia antes “atalhar” na despesa do Estado, extinguindo um conjunto de “institutos socialmente inúteis e de organismos públicos que não têm, em nosso entender, nenhuma função”, para além da redução do número de freguesias e dos gastos do próprio Governo.

“É evidente que não são medidas imediatas, mas o país tem de tomar medidas sérias, concretas, que, sendo dolorosas, têm de o ser para todos sem excepção. Não podemos pedir a uma camada da população, a empresários e às famílias medidas dolorosas e Governo não dar o exemplo, porque a redução dos cinco por cento nos salários é, na nossa perspectiva, meramente simbólico”, referiu.

in OJE