Quinta, 9 de Maio de 2024 Adrego & Associados – Consultores de Gestão

Associação Empresarial de Portugal defende aumento de impostos sobre consumo

O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), José António Barros, defendeu hoje o aumento de impostos sobre o consumo “por um período transitório” como forma de travar as importações e de equilibrar a balança comercial.

“Por um período transitório, que quanto a nós (AEP) deveria coincidir com o período de aplicação do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), não nos chocava nada que os impostos sobre o consumo pudessem aumentar”, revelou António Barros aos jornalistas à margem da conferência ‘PME – Recuperação Económica e Internacionalização’, promovida pelo Diário Económico.

O presidente da AEP reagia assim às previsões do Banco de Portugal divulgadas terça feira, congratulando-se com a subida estimada das exportações de 3,6 por cento contra os anteriores 1,7 por cento. “Um dado importante que nos animou bastante foi a previsão das exportações ser bastante superior àquela que o Governo indicou porque a AEP pensa que é pelo lado das exportações que se resolve o problema do país”, criando “logo à partida um efeito interessante para a nossa balança corrente”, disse.

“A perspetiva do crescimento das exportações e a perspetiva da redução das importações é o fator mais interessante e que deve ser mais valorizado neste momento, é por aí que se resolve o problema do país, senão resta-nos aumentar a receita e aumentar a receita significa mais impostos”, disse.

O aumento do IVA, o aumento do imposto sobre o álcool e sobre o tabaco criaria, no entender de António Barros, “uma receita que obrigaria a uma certa retração do consumo e como, infelizmente para Portugal, a maior parte do consumo tem uma componente importada muito pesada, ajudaria na redução das importações”.

Fazendo uma análise mais abrangente das previsões do banco central, o presidente da AEP revelou que estas “não constituíram uma grande surpresa”.

“Achamos que os dados tomados em consideração para a elaboração do Orçamento do Estado eram um pouco otimistas e, aliás, quando foi feito o PEC os dados que foram tidos em consideração e os cálculos feitos apontavam já para uma previsão menos otimista”, considerou.

Portanto, “não foi para nós uma surpresa e pensamos que temos que nos habituar à ideia de que vamos entrar numa fase de crescimento, mas de crescimento lento e moderado”, disse ainda.

O Banco de Portugal (BdP) reviu em baixa, na terça feira, a sua projeção para o desempenho da economia em 2010, prevendo agora um crescimento de 0,4 por cento, contra 0,7 da projeção anterior, e que o Governo ainda estima.

Para 2011, a revisão da projeção do regulador é agora mais negativa, uma vez que faz uma revisão em baixa do crescimento em 0,6 pontos percentuais. Segundo o BdP, a economia deverá crescer 0,8 por cento, ao contrário dos 1,4 previstos anteriormente, e aproximando-se assim dos 0,9 por cento previstos pelo Governo.

in iinformação